THE INVERSO XX - TURNING BACK TIME
- Diogo Costa
- 1 de mai. de 2017
- 6 min de leitura
Some of you may know from Instagram, others for my articles on IFLWATCHES.
For the official release of my own personal website I've chosen a very special article, an article about the limited edition Inverso XX by the Watch Museum in Portugal.
The Watch Museum is the only auto-sustainable museum in Portugal, and it's not only the only Watch Museum in the world as it has one of the biggest collections of almost 2600 timepieces.
The Inverso XX was released for the celebration of the 20th Anniversary of the Museum.
The watch itself works against the normal clockwise, as a metaphor for turning back time, it features a sub dial with guilloche pattern with a red indication of the correct direction of the seconds.
The mechanism is a Poljot mechanical hand-wound watch with 21 rubis.
The dial was made at the same manufacture as Chopard, and it features a strong white color that ends up to make a perfect combination with the rose gold numerals that are also reversed.
The case has a diameter of 42mm with Rose Gold Plaque, you might think that it's too big for a person of small wrists, but it's actually very comfortable to wear due to the curvature of the lugs.
The bracelet it's also a greatly finished part of the watch, it's a leather bracelet with rose gold plaque buckle with the Museum name engraved on its back. I didn't wore such a comfortable bracelet on my wrist in a while actually.
I had the pleasure to talk with the Museum Director itself about the Museum and this specific model.
Firstly Mr. Eugénio is the second generation directing the Museum, a person with a large knowledge of watchmaking and its market and haute horlogerie that you almost can feel and notice when you're having a talk with him. After a good and interesting talk about haute horlegerie and the museum itself i started to wonder that the Inverso XX was not only an epic watch but a watch with knowledge behind, a precise and studied timepiece that was connected to a part of the Museum history itself.
As it was told to me by Mr.Eugénio the watch is not made for a simple daily-basis use, we shouldn't banalise such classic timepiece, he suggested to me that to make the most of it i should wear it in special occasions or moments that were different in my opinion.
It was truly a great watch to know about and a interesting experience to have.
It's my pleasure to introduce all my readers to an exclusive interview (Portuguese only/ Soon available in English) with the Diretor of the Museum itself, Mr. Eugénio Tavares D'Almeida.
O que o motivou a continuar o legado do seu pai no que toca à relojoaria?
R: Desde os meus 11/12 anos que passava noites e tardes de Domingo a inventariar relógios da colecção, dar corda e acertar centenas de relógios mecânicos, ouvir e pesquisar com o Sr. meu Pai a história de todos e de cada um dos seus relógios… claro que esta paixão ficou-me desde sempre e com abertura da sua colecção ao público sob a forma de Museu do Relógio (MR), esta paixão tornou-se mais formal e até mais responsável pela partilha de opiniões perante outros colecionadores e apaixonados da relojoaria mecânica. Quando em 2012 vejo partir precocemente o Sr. meu Pai, senti que seria de minha eterna responsabilidade a título de pro-bono, continuar o seu legado, a sua paixão: a sua colecção de relógios nunca estática e o projeto do MR.
Dado que é o único museu auto-Sustentável em portugal quais sao as principais dificuldades que enfrenta no que toca ao espólio e avanço da coleção do museu ?
R: O MR enfrenta diariamente o facto de ser auto-sustentável, i.e, sem qualquer mecenas, patrocinadores ou subsídios públicos para a sua existência… isto a acrescentar o facto da interiorização e a distância de grandes “metrópoles” o que faz com que a procura turistica não seja constante e volumosa. Como as despesas do Museu são fixas (e elevadas)... mas as receitas não são garantidas, cabe à família proprietária suportar toda a estrutura e quando existem meses de mais-valias, estas revestem a um “fundo de investimento” como se um mealheiro interno para agarrar oportunidades de aquisição de peças impares em leilões, trocas com outros coleccionadores ou compras a empresas. Com um espólio permanente de cerca de 2.600 relógios entre os dois Museus (Serpa e Évora) e mais de 300 outros em Arquivo, procuramos presentemente só adquirir peças que tenham um factor diferenciador, e não vamos por marcas, modas ou investimento garantido… mas sim por algo que levante a curiosidade dos visitantes e que fique na memória. A última aquisição foi um imponente relógio de mesa Hermle Tellerium, o qual mecanicamente demonstra a rotação da Terra e da Lua em volta do sol…
O coleccionismo em Portugal tende a ser algo “discreto”, acha que falta-nos a motivação para partilharmos este gosto pela relojoaria que se denomina de “colecionismo”?
R: o coleccionismo de relógios em Portugal é algo discreto e por vezes até algo “infeliz” por falta de informação por parte dos interessados, os quais compram muitas vezes por tendência ou por impulso, pressionados por (excelentes) imagens publicitárias e lojas de “shopping” muito atrativas que apelam à sua visita e consumo. Faltam em Portugal instituições neutras que promovam workshops, newsletters ou literatura sobre a temática dos relógios e do coleccionismo. Muitos dos apaixonados da alta-relojoaria lêem o que os importadores querem que apareça nas principais revistas da especialidade ou procuram informar-se nas lojas que vendem os relógios desejados. Seria interessante uma calendarização de eventos anuais onde coleccionadores, players, jornalistas entre outros se reunissem para partilhas de opiniões e procura de pré-tendencias e tendências a longo-prazo.
Dados os recentes revivalismos de grandes marcas de alta relojoaria o que o inspirou na criação do design do Inverso XX?
R: O relógio INVERSO XX foi um projeto de 2005 que nasceu com o fundador do Museu aquando de um almoço com outro coleccionador e também profissional da relojoaria em Portugal, e então desenvolveram-se somente 47 (quarenta e sete) relógios… pois o investimento era elevado para a humilde estrutura do Museu e o medo do insucesso proporcional pois não saberiamos se os “Amigos do Museu” quereriam algo diferente e radical na forma de ler as horas mas com um desenho de extrema elegância intemportal ou… iriam ignorar tal ideia de ler as horas… inversamente! O relogio foi lançado e em meras 3 semanas… esgotou, tendo todas as vendas sido feitas no MR de Serpa e via online a “Amigos do Museu”! Desde então o Museu já fez três reedições, sendo a última o INVERSO XX, tendo este a referência XX (vinte romano) visto que tal relógio foi lançado em Dezembro/2015 em épica homenagem aos 20 anos do MR, sendo uma edição limitada e numerada de 120 peças.
O que destaca o Inverso XX dos restantes modelos que o Museu oferece?
R: Depois de 15 anos a desenhar e projetar relógios com a marca MR - cerca de 20 modelos - e fruto da realização de parcerias com manufaturas de componentes de relógios, procuramos no INVERSO XX fazer uma simbiose da evolução de todas as peças, acabamentos e desenho dos modelos anteriores… destacando o elegante mostrador em branco esmalte brilhante com o contador dos segundos em guilloche e a numeração árabe em relevo plaqueada a ouro rosa tal como a caixa do relógio e a fivela da pulseira HIRSCH (histórica fábrica austriaca de pulseiras que produz pulseiras para as mais exigentes marcas de relógios do mundo).
Qual é o público alvo das edições limitadas e como tem sido a sua aceitação?
R: O público alvo do INVERSO XX é diverso… temos os coleccionadores que querem possuir um inverso pois quer tenham dezenas ou centenas de relógios, nenhum é inverso… então há sempre lugar para uma peça diferenciadora. Temos os coleccionadores que só compram relógios de Edições Limitadas e Numeradas, pois querem ter a certeza que para além deles, somente um determinado nº de pessoas no mundo têm um relógio igual e não comprarem algo que é feito aos milhares (ou milhões). Cada vez temos mais senhoras a comprar-nos relógios, quer sejam para uso próprio - tendência feminina em relógios grandes - como muitas são esposas, namoradas, filhas ou mães de coleccionadores ou apaixonados por relógios e então a compra destina-se a regalo a este, pelo facto de oferecerem algo ímpar e incomparável. Posso adiantar que já vendemos Inversos para toda a Europa, EUA, Brasil, Qatar, Singapura, Austrália…
Qual, na sua opinião, seria o correto uso do modelo Inverso XX? Em que situação imagina o Inverso XX a ser utilizado?
R: Eu uso o meu INVERSO XX todos os dias… mas reconheço que tal relógio é uma peça formal, clássica e imponente, por tal é um relógio que é motivo de conversa em eventos nobres ou cerimónias… curioso é a quantidade de pessoas que comentam “o seu relógio não está certo”... e então convidamos as pessoas a ler as horas no INVERSO e então o espanto e o sorriso é garantido mutuamente!
Comments